segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cresce número de pacientes de terapias alternativas do SUS

O número de pessoas que usam procedimentos da medicina não convencional, como acupuntura, Tai Chi Chuan, fitoterapia e homeopatia, aumentou entre 2007 e 2008 no Sistema Único de Saúde (SUS). Também cresceu o investimento nas técnicas medicinais alternativas. Dados do Ministério da Saúde revelam que foram feitos 216.616 procedimentos de acupuntura em 2008, ante 97.240 no ano anterior, representando aumento de 122%. As práticas corporais, como Tai Chi Chuan e Lian Gong, registraram aumento de 358% no mesmo período - foram 27.646 práticas em 2007 e 126.652 em 2008.


Em 2006, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) por meio de portaria do Ministério da Saúde em 2006, que autorizou terapias alternativas no SUS e uniformizou procedimentos para a prestação desses serviços feitos na rede pública municipal. Com isso, aumentou ainda o número de municípios que oferece algum tipo de terapia alternativa: em 2004 eram 230 cidades e, em 2008, 1.340.


Entre 2000 e 2008, o Ministério da Saúde aumentou em 383% o investimento em consultas homeopáticas, passando de R$ 611.367 para R$ 2.953.480. No mesmo período, o investimento em acupuntura cresceu 1.420%, subindo de R$ 278.794 para R$ 3.960 120. Este ano, o ministério vai financiar a produção de seis medicamentos fitoterápicos à base de alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, isoflavona da soja e unha de gato.


Agora, o Ministério da Saúde quer priorizar a difusão de informações sobre essas técnicas para pacientes, gestores e profissionais de saúde. "Já temos um número 0800 que presta informações sobre os procedimentos, suas indicações e contraindicações, mas precisamos divulgar mais e incentivar mais ainda o uso dessas terapias. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda há anos a inclusão das práticas tradicionais e o uso de plantas medicinais, por exemplo", disse a coordenadora do PNPIC, Carmem De Simoni.


Dentro do programa há dezenas de terapias incluídas em cinco áreas distintas: a Medicina Tradicional Chinesa (práticas corporais, shiatsu etc.), acupuntura, homeopatia, fitoterapia, termalismo social e crenoterapia (uso de águas minerais de forma complementar a tratamentos de saúde) e medicina antroposófica (que busca o conhecimento do ser humano considerando sua relação com a natureza, sua vida emocional e sua individualidade).


Na cidade do Rio há atualmente 64 unidades que oferecem algum tipo de serviço de medicina não convencional desde 1992. Entre 2007 e 2009, quando 296 mil pessoas foram atendidas nas unidades de saúde, houve um aumento de 120% de beneficiados. Segundo a gerente de Práticas Integrativas Complementares da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, Cristina Barros, a maior parte dos usuários recorre aos medicamentos homeopáticos e a procura por fitoterápicos está aumentando.


"Queremos dar ênfase à promoção da saúde e no nosso caso esses tratamentos são sempre complementares aos programas que temos. O paciente com diabetes, por exemplo, é encaminhado para o serviço de massagens nos pés, enquanto o hipertenso geralmente vai para serviços de atividades físicas, como o tai chi chuan, e o idoso com dor recebe indicação do tratamento de auriculoterapia, que é anti-inflamatório", disse Cristina.

Fonte: COFEN

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