sexta-feira, 4 de junho de 2010

Livro auxilia na preparação para concursos na área de enfermagem



A Editora Guanabara Koogan lança Q&R Enfermagem - Questões, Respostas Comentadas e Apêndices, obra organizada pela doutora em enfermagem Sônia Regina de Souza.

O livro conta também com a participação de mais quatro autoras e três colaboradoras, que selecionaram material de algumas das mais conceituadas instituições de Saúde e de órgãos públicos do Brasil. Abordando temas como Administração de Enfermagem, Cuidados Intensivos, Enfermagem em Saúde Pública, Saúde da criança e do adolescente, Enfermagem materno-neonatal, Saúde da mulher e SUS - Sistema Único de Saúde, o livro auxilia na preparação para concursos na área de Enfermagem.



Fonte: Revista Nursing (www.nursing.com.br)
Faixa etária para doar sangue deve ser ampliada



O Ministério da Saúde quer ampliar o número de doações de sangue no Brasil. Para isso, colocou em consulta pública, nesta quarta-feira, dia 2 de junho, proposta que permite que jovens de 16 a 17 anos (mediante autorização dos pais) e idosos de 65 a 68 anos possam ser doadores de sangue. Atualmente, somente pessoas com idade entre 18 e 65 anos estão autorizadas a doar. O texto da medida - que faz parte da nova Política de Procedimentos Hemoterápicos - pode ser lido na página do Ministério da Saúde e receber sugestões da população até o dia 2 de agosto. Atualmente, no Brasil, são coletadas por ano, em média, 3,5 milhões de bolsas de sangue. O índice brasileiro de doadores é de aproximadamente 1,8% da população. De acordo com parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), para manter os estoques regulares é necessário que 1% a 3% da população faça isso regularmente.

A ampliação da faixa etária é baseada em evidências científicas plenamente comprovadas por estudos internacionais. Nos EUA, a associação americana de sangue (ABB) já aprovou que jovens com 16 e 17 anos e idosos acima de 65 anos possam doar. O sistema americano já adota estes novos critérios de idade, assim como a Europa.

A decisão de ampliar para idosos com até 68 anos também vai ao encontro da tendência de crescimento da expectativa de vida da população brasileira.




Fonte: Ministério da Saúde
Recrutamento e Seleção do Recém-formado em Enfermagem

O início e a conclusão do curso de graduação não são os fatores mais preocupantes para o acadêmico de enfermagem. A inclusão no mercado de trabalho após a formação é o ponto chave desta entrevista. A enfermeira Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro discorre brilhantemente sobre as ferramentas adotadas pelas instituições de saúde no processo de seleção e contratação, e ainda oferece algumas dicas preciosas ao profissional que deseja conquistar seu espaço.


Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro, Diretora de Enfermagem do Instituto Central do Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Por Vanessa Navarro


Nursing - Como o profissional de enfermagem deve agir no processo de recrutamento e seleção do recém-formado?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - O processo de recrutamento e seleção faz parte de uma das competências do gerente de enfermagem que é a Gestão de Pessoas, para isso as habilidades de percepção devem estar desenvolvidas na maneira de ver, julgar, conceituar, qualificar, organizar e interpretar o mercado de trabalho em saúde dentro do contexto da atualidade. Perceber o cenário mundial, suas transformações e correlações da ciência dos aspectos sociais, econômicos, político, tecnológico, ambiental, entendendo as mudanças na organização do trabalho e a valorização do terreno mental. O mundo executivo está voltado para um perfil de gestão por competências, direção por valores, gestão da diversidade, clima de confiança onde a participação, compromisso e autorresponsabilidade criam um ambiente de trabalho favorável ao desenvolvimento de pessoas. Então o que se procura no profissional moderno é um perfil que apresente flexibilidade; liderança; orientação global; comunicação; habilidade de discernir; conhecimento de tecnologia; versatilidade; princípios éticos; decisão; equilíbrio físico emocional; habilidades conceituais e operacionais.


Nursing - Quais são os principais desafios enfrentados pelo gerente de enfermagem na contratação do novo profissional?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - Entender que este profissional não chega pronto, mas que tem perfil para ser desenvolvido, por isso, não só a política de recrutamento e seleção é importante, mas a política de desenvolvimento de pessoal que contemple de forma integrada a captação e retenção de pessoal e a capacitação das potencialidades. Conhecer a categorização das competências clínicas do enfermeiro de Benner poderá ajudá-lo a entender que o desenvolvimento passa por etapas de iniciante, iniciante avançado, competente, proficiente e experiente.


Nursing - Quais características que o novo profissional deve possuir para auxiliar no desenvolvimento do grupo e da instituição?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - O que o gestor deve ter em mente no processo de recrutamento e seleção do recém-formado é que o eixo do perfil mudou do modelo tradicional baseados na moral, disciplina, obediência, confiança e aspectos socioeconômicos para o modelo contemporâneo: onde a seleção é focada em competências, desenho, descrição e análise de cargos e o perfil profissional nos aspectos de liderança, trabalho em equipe, tomada de decisão, automotivação, flexibilidade, comunicação, relacionamento interpessoal e resistência à frustração.


Nursing - Como o gerente de enfermagem deve agir para auxiliar o enfermeiro recém-formado em seu primeiro emprego?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - O primeiro emprego é um desafio para o profissional em seus primeiros meses de trabalho, ainda nos lembramos da ansiedade e angustia e receios que cercavam este período. É fundamental encontrar um ambiente acolhedor, entretanto, sem paternalismo, lembrando que ele não é um produto finalizado e necessita oportunidade e incentivo para se desenvolver.


Nursing - Hoje, como se apresenta o cenário da saúde no campo da contratação do recém-formado em enfermagem?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - O mercado de trabalho para os enfermeiros cresce a cada dia e diversifica cada vez mais. Essa ampliação dos campos de atuação deve-se ao reconhecimento do profissional enfermeiro e ao seu preparo para atuar em todos os níveis de assistência à saúde. Segundo dados do IBGE, do total de 1.375.238 empregos de saúde, 39,4% (541.585) pertencem à equipe de enfermagem que é composta por três categorias: os enfermeiros, os técnicos de enfermagem e os auxiliares de enfermagem. Embora seja representativa em relação ao total de empregos em saúde no Brasil, a absorção de cada categoria de enfermagem apresenta significativas diferenças. Entre o total de postos de trabalho da equipe no país, os enfermeiros ocupam apenas 13,%; os técnicos, 9,2%; os auxiliares, por sua vez, absorvem 62,7% da oferta, totalizando, esses últimos, 339.766 empregos.


Nursing - Quais são os principais pilares do mercado de trabalho no campo da enfermagem para o recém-formado?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - O mercado de trabalho estabelece três pilares fundamentais a este perfil, a competência, experiência e credibilidade. A competência baseada nos atributos construídos em função de aprendizado técnico e formal e comprovados através de elemento documental, a faculdade, a experiência baseada em um amplo recorte de tempo onde acontecem os testes dos atributos construídos no aprendizado através dos estágios e a credibilidade, constatação positiva dos testes promovidos na experiência, referendados pela escola e professores. O mercado esta mais exigente; o cliente conhecendo seus direitos como consumidor; a mídia envolvida nesta exigência, gerando a necessidade de profissionais comprometidos e com mais responsabilidades.


Nursing - Quais são as perspectivas dos novos profissionais de enfermagem quando adentram ao mercado de trabalho?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - Como nos mostra Bouéri em sua pesquisa, a motivação principal pela escolha da profissão de enfermagem pelos acadêmicos é da vocação com (85%) dos entrevistados, seguido pelo reconhecimento social e profissional (13%) e pelo salário (2%). Nesta pesquisa com acadêmicos de enfermagem, a expectativa quanto ao sucesso é grande para 52%. Não houve nenhum entrevistado que considerou seu futuro profissional sem sucesso. E a remuneração embora saibamos ser menor do que a área que acolhe os novos executivos não foi motivo de desânimo para nossos acadêmicos. A especialização foi por eles reconhecida como fonte de maior reconhecimento, sucesso e melhor remuneração. Prosseguir na carreira, especializando-se é sem dúvida um conselho que damos aos recém-formados.


Nursing - Lidar com pessoas nas mais diferentes e difíceis situações. Como o responsável da enfermagem pode passar esse ensinamento ao recém-formado?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - Lidar com conflitos não é tarefa fácil para ninguém. Temos que aprender a viver sob pressão, pois diariamente em casa, no trânsito, no trabalho, enfim no mundo “real”, os conflitos fazem parte. A questão é como enfrentá-los? Philipa Davies em seu livro "Como Viver Sob Pressão" ensina uma maneira para administrar conflitos, é a neutralização, que consiste em tirar o "ferrão" das palavras, dizendo as coisas de outro modo, aliviando a pressão, mantendo-se calmo e controlado, mas defendendo-se e sendo assertivo.


Nursing - Quais são as dicas para desenvolver o papel de gestor de pessoas?
Profª Drª. Floracy Gomes Ribeiro - Os dirigentes de enfermagem devem continuar em busca de mudanças do antigo modelo burocrático para a gestão participativa, onde as pessoas são valorizadas pela competência.


"A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar." - Henry Peter




Fonte: Revista Nursing (www.nursing.com.br).