terça-feira, 8 de junho de 2010

Estudo revela que sangue com HIV pode ser usado em transfusões

O sangue de pessoas infectadas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), causadora da aids, pode ser usado de forma segura para transfusões de sangue, como aponta um estudo médico recente apresentado em Nairóbi e que é citado hoje pela imprensa local.

O estudo do médico Samwel Oketch, do New Nyanza Provincial General Hospital, da província queniana de Nyanza que prova que a "lavagem dos glóbulos vermelhos elimina o plasma do ARN (ácido ribonucleico) do HIV, tornando o sangue seguro para transfusões", assinala o jornal queniano "Daily Nation".

"Os pesquisadores foram capazes de limpar o sangue de qualquer rastro do HIV usando uma solução salina, composta de sal de cozinha e água", segundo a publicação.

Oketch apresentou os resultados da pesquisa no 29º Congresso Mundial de Ciência Biomédica de Laboratório, que começou em Nairóbi que se encerra nesta semana.

Em caso de ser adotado, este método seria especialmente útil em países da África Subsaariana como o Quênia, onde há escassez de reservas de sangue "devido ao temor dos doadores de que seu sangue seja analisado para identificar se são portadores da aids".

Pelos últimos dados da Organização Mundial da Saúde, no mundo há 33,4 milhões de pessoas com aids, dos quais 22 milhões vivem na África Subsaariana.

FONTE: FOLHA.COM

domingo, 6 de junho de 2010

Nova técnica prevê apenas uma dose de radioterapia para pacientes de câncer de mama

Uma única dose de radioterapia durante a cirurgia para a retirada do câncer de mama se mostrou tão eficiente quanto a série de 15 a 35 sessões normalmente recomendadas após a operação, segundo um estudo britânico publicado na revista médica The Lancet.
 
Os médicos testaram a técnica em mais de 2.000 pacientes, acompanhadas ao longo de quatro anos.

Se sua eficácia for comprovada, a técnica significaria a redução de filas, economia nos custos dos tratamentos e as pacientes sofreriam menos com os efeitos colaterais.

Segundo a fundação Cancer Research UK, o estudo pode ter um "grande impacto" para as pacientes.

O câncer de mama é o que mais causa morte entre as mulheres no Brasil, segundo o INCA, e nos países ocidentais é uma das principais causas da morte de mulheres.

A retirada do tumor é, normalmente, o primeiro passo no tratamento de câncer de mama, seguida pelas sessões de radioterapia para matar qualquer célula cancerígena remanescente.

Com a nova técnica, os médicos usam um aparelho de radioterapia móvel que pode ser inserido no seio durante a cirurgia e atingir um alvo específico, de onde foi retirado o tumor.

A pesquisa, liderada por médicos britânicos, mas realizada em nove países, mostrou que a reincidência do câncer em mulheres com mais de 45 anos de idade foi a mesma, independente da técnica utilizada - dose única ou múltipla de radioterapia.

Entre as mulheres que receberam apenas uma dose, houve seis reincidências.
Entre as que receberam tratamento de radioterapia prolongado, cinco apresentaram reincidência.

Mas a dose única evita danos potenciais a órgãos como o coração, pulmão e esôfago, que podem ocorrer quando a radiação é direcionada a todo o seio, afirmam os pesquisadores.

A freqüência de qualquer complicação ou grandes efeitos tóxicos foi semelhante nos dois grupos.

Trauma O oncologista Jeffrey Thobias, do University College London Hospitals (UCLH), que apresentou a primeira paciente a ser submetida à nova técnica com o oncologista Jayant Vaidya, disse: "Acredito que a razão pela qual ela funciona tão bem é a precisão do tratamento. Ele erradica as células em uma área de altíssimo risco - a parte do seio de onde foi retirado o tumor".

Vaidya, que também é oncologista do UCLH, afirmou que com o novo tratamento muitas mulheres não precisariam retirar seu seio.

Josephine Ford, de 80 anos de idade, foi diagnosticada com câncer de mama em fevereiro de 2008 e tratada com a nova técnica três meses depois.

A operação foi um sucesso e ela afirma que a dose única "simplificou tudo e tornou o processo menos traumático".

Apesar dos resultados otimistas, os médicos afirmam que a técnica só se aplica a pacientes com câncer de mama semelhantes aos tratados durante o estudo.

Os médicos também afirmam que serão necessários vários anos até que a eficácia seja totalmente provada e o tratamento seja adotado em vários hospitais.


 
 
Fonte: UOL NOTÍCIAS / BBC BRASIL