domingo, 31 de janeiro de 2010

ARTIGO - Arte e Ciência na Enfermagem: A Inteligência Emocional

O entendimento das emoções é fundamental na prática clínica e hospitalar. Em sua prática clínica, este é central para a promoção dos cuidados da saúde. Decisões clínicas, baseadas em códigos e princípios ético-profissionais, ocorrem constantemente em pronto-socorros e unidades de emergência. Nestes, emoções influenciam as relações profissionais, tendo impacto nas decisões de cuidados aos pacientes, e afetam os profissionais de saúde num nível intrapessoal. O que faz da inteligência emocional importante ingrediente ativo na prática, na educação, na liderança e na pesquisa em enfermagem.


Em relação à prática, a própria natureza da enfermagem obriga que enfermeiros sejam emocionalmente inteligentes. Isto decorre porque os enfermeiros fornecem cuidados através de relações humanas, sendo responsáveis em contribuir para com estas relações e as emoções que as envolvem. Logo, entender e lidar com emoção é habilidade nuclear na enfermagem, sendo requisito profissional da prática de enfermagem competente. Em relação à educação em enfermagem, a inclusão de conceitos da inteligência emocional em sua grade curricular pode ajudar na preparação de estudantes para a competência emocional de lidar com a prática clínica eficiente. Isto porque os estudantes necessitam entender a natureza emocional da enfermagem para a prática, assim como, de possuírem, eles próprios, habilidades emocionais para promoverem cuidados clínicos competentes e conseguirem lidar com ambientes emergenciais.

Em relação à liderança na enfermagem, inteligência emocional é concebida como habilidade de liderança executiva, que beneficia tanto cuidados com pacientes, quanto com enfermeiros e organizações hospitalares. Líderes emocionalmente inteligentes influenciam cuidados com o paciente, motivando enfermeiros a tomarem decisões práticas de alto nível. Ademais, estabelecem relações positivas com os enfermeiros, as quais refletem o entendimento do contexto do cuidar, assim como, o reconhecimento das necessidades emocionais e profissionais de outros colegas no contexto clínico-hospitalar. Logo, estabelecer relações positivas enriquece a prática da enfermagem para a promoção da qualidade dos cuidados com o paciente.

Em relação à pesquisa, estudiosos da enfermagem estão começando a investigar a natureza da inteligência emocional na enfermagem. Neste sentido, procuram entender a conexão entre emoções e eficácia na prática clínica. Há especulações que enfermeiros com inteligência emocional são mais dedicados às suas tarefas, influenciando ambientes organizacionais e amortizando o stress dentro destes. Portanto, o uso potencial da inteligência emocional na arte e ciência da enfermagem é amplo. E seu entendimento beneficia tanto pacientes, quanto enfermeiros e organizações.




José Aparecido da Silva - Professor da USP-RP


Fonte:COFEN

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