domingo, 11 de abril de 2010

MANEQUINS COM SINAIS VITAIS AUXILIAM O APRIMORAMENTO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE



Eles possuem sinais vitais, tamanho e peso compatíveis com os de uma criança ou de um adulto, mas são apenas manequins construídos com alta tecnologia e manipulados por um sistema de computação de última geração. Esses bonecos - seis adultos e 16 infantis - se revezam em macas ou berçários dos laboratórios do Centro de Aprimoramento Profissional de Enfermagem (Cape), inaugurado em dezembro do ano passado pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), e se passam por pacientes dos "trainees", que procuram a instituição para melhorar conhecimentos e habilidades em tratar o doente e seus familiares.

Ao custo de R$ 6 milhões, o Cape é o único centro de formação gratuito do País. Todo o investimento foi feito com o dinheiro das contribuições mensais dos cerca de 360 mil profissionais de enfermagem inscritos no Coren-SP. "O conselho é um órgão regulador e fiscalizador, não educador. Mas queremos mudar essa visão", afirma o gerente do centro, Fernando César Mattos de Souza. "Queremos agir de forma preventiva e educar de antemão", diz.

Os treinamentos são feitos sob medida para o grupo que os solicitam e abrange os mais diversos campos de atuação do enfermeiro, como clínica médica, urgência e emergência, cirurgia, pediatria, gerontologia e obstetrícia.

NA PRÁTICA - Os alunos e profissionais podem assistir a aulas teóricas, em salas com quadros interativos e preparadas para receber até 20 cadeirantes, e praticar os ensinamentos nos laboratórios de simulação virtual e de habilidades.

Os manequins ficam no laboratório de habilidades. O monitor escolhe um caso para ser trabalhado e programa o computador. O manequim corresponde, alterando os sinais vitais, como pressão e batimentos cardíacos, exigindo que o trainee adote as medidas corretas para sanar o sofrimento. Um boneco bebê, por exemplo, pode começar a chorar e, mesmo com os procedimentos corretos, a ter a intensidade aumentada se não houver um ato de afeto por parte do profissional.

Na "maternidade", duas bonecas em tamanho natural são usadas para simular o parto normal, que pode ser de baixo risco a complicado, dependendo do nível de formação do grupo de treinamento. Mas não há quem não se encante com os bebês. Como bonecas mais reais, têm o peso de um recém-nascido saudável - com cerca de 3,5 quilos - e os membros molinhos, o que requer maior cuidado por parte do enfermeiro.

Rita de Cássia Silva Vieira Janicas, enfermeira de laboratório do Cape, ensina como se cada treinamento fosse uma experiência real. "Esse cenário é a própria celebração da vida", afirma Rita. E esse é um dos objetivos do curso: humanizar todo o atendimento, começando por nomear cada um dos manequins e dos casos sugeridos pela simulação virtual.

Aliás, existem 200 peças de partes do corpo humano disponíveis no laboratório de simulação virtual. Também com o auxílio do computador, programa-se um caso e o aluno ou profissional usa a peça e o software para treinar suas habilidades. No caso de uma punção, o programa verifica se a agulha entrou no ângulo certo, se foi descartada em local correto e informa, no final, erros e acertos.

Em caso de erro, mostra a falha e a forma certa de agir, garantindo a segurança no paciente. Como tudo é gravado, o aluno se vê e ele próprio se corrige com o auxílio do monitor do Cape. "Aqui, o aluno pode repetir o procedimento até se sentir seguro, usando o raciocínio clínico que terá de ter na prática", completa Rita.


Fonte: COFEN

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